quinta-feira, 24 de abril de 2008

Fichamento sobre Tuberculose

Introdução

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa que afeta o parênquima pulmonar. Ela pode ser transmitida para outras partes do corpo, inclusive as meninges, rins, ossos e linfonodos. O seu agente primário, Mycobacterium tuberculoses, é um bastonete aeróbico, ácido-resistente, tendo o seu crescimento lento, é sensível ao calor e à luz ultravioleta. O seu tempo de latência pode durar longos períodos, podendo sobreviver por anos em ambientes escuros. (BRUNER, 2006)
A tuberculose é um problema mundial de saúde pública, e as taxas de mortalidade e morbidade continuam a subir. O M. tuberculoses infecta aproximadamente um terço da população do mundo e permanece como a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo. Também é a principal causa de morte entre pessoas HIV-positivas.(BRUNER,2006 apud WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). A tuberculose está intimamente associada à pobreza, desnutrição, multidão, alojamento em condições deficientes em cuidados de saúde inadequados. Sendo mais graves nos paises menos desenvolvidos . acomete mais intensamente as populações pobres que vivem em aglomerados urbanos. (BRUNER, 2006)
Do total de casos novos de tuberculose estimados pela OMS, menos da metade são notificados, situação que traduz a insuficiência das políticas de controle. Nos 22 países com maior carga de tuberculose, a estimativa é de 6.910.000 casos. Neste grupo, a Índia ocupa a 1a posição com 1.856.000 casos novos anuais, o Brasil a l5a com 116.000 e o Afeganistão a última com 70.000. Se classificados pelo coeficiente de incidência, o Zimbabwe que está em 21o lugar em número absoluto de casos, assume a liderança com 584/100.000 habitantes, e o Brasil passa para o 22o com uma estimativa de 68/100.000 (HIJJAR, 2001).
A notificação da tuberculose no Brasil, nos últimos anos, se situa entre 80 e 90 mil casos novos/ano (HIJJAR, 2001).
A distância deste número para o estimado pela OMS é enorme, e mesmo considerando-se a deficiência diagnóstica e a sub-notificação, fica difícil acreditar que se tenha de 20 a 30 mil casos desconhecidos a cada ano. Sabe-se, pela ausência de um modelo preciso, da dificuldade de estimar-se corretamente o número de casos, o que leva a uma reflexão sobre essas estimativas para que não se venha a recair em equívocos de planejamento e em frustrações quanto ao cumprimento de metas (HIJJAR, 2001).
Na Paraíba, existem seis municípios prioritá­rios para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT): Bayeux, Cajazeiras, Campina Grande, João Pessoa, Patos e Santa Rita. Até agosto de 2004 foram capacitados 59 profissionais de saúde no estado. Em 2003 foram registrados 998 casos no­vos de tuberculose, representando 76,7% dos casos esperados. A taxa de incidência (por 100 mil hab.) foi de 28,4 para casos de todas as formas e de 18,1 para casos bacilíferos. Em 2003, os municípios prioritários apresen­taram um percentual de cura de 72,4%, abaixo da meta nacional de 85%. A co-infecção TB/HIV, nesse ano, foi de 6,7% nos municípios prioritários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

Conclusão

Diante dos conhecimentos construídos, durante as disciplinas da graduação em enfermagem pude perceber o problema da tuberculose, e a importância do enfermeiro na prevenção e controle desta patologia. Identifiquei a preocupação do Ministério da Saúde com a organização e funcionamento dos Programas de Saúde que até então é um desafio no que se refere ao atendimento dos princípios e diretrizes do SUS, havendo necessidade pois, de avaliação dessa organização e funcionamento, como, entre outros aspectos, o da gestão.


Referências

SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner & Sudarth. Tratado de enfermagem medico- cirúrgica.10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. vol. 2

HIJJAR, Miguel Aiub, OLIVEIRA, Maria José Procopio Ribeiro de e TEIXEIRA, Gilmário M. A tuberculose no Brasil e no mundo. Bol. Pneumol. Sanit. [online]. dez. 2001, vol.9, no.2 [citado 11 Março 2008], p.9-16. Disponível na World Wide Web: . ISSN 0103-460X.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde: relatório de situação: Paraíba / Ministério da Saúde, Secretaria deVigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

pesquisa feita na anvisa

http://http://www.anvisa.gov.br/e-legis/

DROGAS PARA PREVENÇÃO DE TUBERCULOSE

Esta revisão deve ser citada como: Wilkinson D. Drogas para prevenção de tuberculose em pessoas infectadas pelo HIV (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In: Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007. Oxford: Update Software.

Resumo
Objetivos
Avaliar os efeitos da profilaxia com drogas para tuberculose em pessoas com infecção por HIV.
Antecedentes
Pessoas com HIV têm risco aumentado de desenvolver tuberculose. A profilaxia deve ajudar a prevenir a progressão da infecção para a doença.
Estratégia de pesquisa
Pesquisa dos bancos de dados Cochrane Infectious Diseases Group Trials Register, Cochrane Controlled Trials Register, Medline, Embase e de listas de referências bibliográficas dos artigos. Contato com pesquisadores na área.
Critério de seleção
Ensaios randomizados de drogas para tuberculose em pessoas com infecção por HIV, com teste tuberculínico positivo ou negativo, sem evidência de tuberculose ativa.
Recompilação e análise de dados
Um revisor avaliou a elegibilidade e a qualidade dos ensaios. Os autores dos estudos foram contatados para informações adicionais.
Resultados principais
Foram incluídos sete ensaios. Comparada com placebo, a profilaxia esteve associada a uma incidência mais baixa de tuberculose ativa
Conclusões dos revisores
A profilaxia parece ser efetiva, pelo menos a curto e médio prazos, na redução da incidência de tuberculose e de morte por tuberculose em pacientes infectados pelo HIV com teste tuberculínico positivo. A escolha do regime de tratamento dependerá da aderência, dos efeitos colaterais, do custo e da resistência à droga.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Pesquisa feita no lilacs

Base de dados :
LILACS
Pesquisa :
( ( tuberculose pulmonar ) or "TUBERCULOSE PULMONARpp" ) or "GESTORES de saude" [Descritor de assunto] and ( ( "HUMANOS" ) ) or "PORTUGUES" [Idioma] and "INTERNET" [Suporte Eletrônico]
Referências encontradas :
108 [refinar]
Qualificador Inglês:

/epidemiology
Qualificador Espanhol:

/epidemiología
Qualificador Português:

/epidemiologia
Sinônimos Português:

/endemia/epidemia/frequência/incidência/morbidade/ocorrência/surtos/prevalência/vigilância
Definição Português:

Usado com doenças humanas e animais para a sua distribuição, fatores causais e características em populações definidas. Inclui incidência, frequência, prevalência, surtos endêmicos e epidêmicos e levantamentos ou estimativas de morbidade em áreas geográficas e populações específicas. Usado também com descritores geográficos para a localização de aspectos epidemiológicos de uma doença. Exclui mortalidade para o qual existe qualificador específico.
Nota de Indexação Português:

somente qualificador; somente com doenças & geográficos; inclui "incidência", "frequência", "prevalência", "ocorrência", "surtos"; não para "mortalidade" ( = /mortalidade); não para "estatísticas" em termos não doença ( = /estatist); veja definição
Abreviatura:

EP

Avaliação do Crescimento do Complexo Mycobacterium Tuberculosis

Avaliação do crescimento em cordas na identificação presuntiva do complexo Mycobacterium tuberculosis*


Andrea Gobetti Vieira CoelhoI; Liliana Aparecida ZamarioliII; Clemira Martins Pereira Vidal ReisIII; Bruno Francisco de Lima DucaIV
IAssistente Técnico à Pesquisa Científica e Tecnológica. Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Regional Santos, Santos (SP) Brasil IIPesquisador Científico. Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Regional Santos, Santos (SP) Brasil IIITécnico de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica. Laboratório Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Regional Santos, Santos (SP) Brasil IVFarmacêutico. Instituto Adolfo Lutz, Laboratório Regional Santos, Santos (SP) Brasil
Endereço para correspondência


RESUMO
OBJETIVO: O Mycobacterium tuberculosis, sob certas condições apropriadas, cresce em cordões de serpentinas, denominados de fator corda, ou crescimento em cordas. O objetivo deste estudo é avaliar a detecção do fator corda como método de identificação presuntiva do complexo M. tuberculosis, comparando-o aos testes de tipificação (TIP) convencionais. MÉTODO: Foram analisadas 743 cepas, de janeiro de 2002 a dezembro de 2005, na Área de Micobactérias do Instituto Adolfo Lutz - Santos, obtidas de isolados clínicos coletados de pacientes sintomáticos respiratórios ou com suspeita clínica de tuberculose pulmonar e/ou micobacterioses, atendidos nas Unidades Básicas de Saúde da Baixada Santista. Foram feitos esfregaços das cepas de micobactérias isoladas em meio líquido MB/BacT e meio sólido, Lowenstein-Jensen ou Ogawa-Kudoh, sendo 301 (40,5%) cepas em meio líquido e 442 (59,5%) em meio sólido. RESULTADOS: Os resultados de sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos, obtidos com a comparação do desempenho do método em ambos os meios de isolamento e TIP convencionais, foram respectivamente 98,5, 88, 97 e 93%. Observou-se maior sensibilidade do método em meio sólido (100%), com uma diferença de sensibilidade entre os meios analisados de apenas 2,7%. CONCLUSÕES: Conclui-se, pelos resultados obtidos, que o fator corda é um critério real e rápido na identificação do complexo M. tuberculosis; além disso, em laboratórios com alta prevalência do complexo M. tuberculosis e que não dispõem de técnicas que permitam a precocidade de sua identificação, o fator corda possibilita o direcionamento aos testes conclusivos de identificação e adicionais de sensibilidade que se façam necessários.
Descritores: Técnicas e procedimentos de laboratório; Mycobacterium tuberculosis; Fatores Cord.


Introdução
A tuberculose (TB) é uma das enfermidades mais antigas, com ampla distribuição geográfica, constituindo um sério problema de saúde pública no mundo e no Brasil.(1) Ocorre em países desenvolvidos ou de economias emergentes, mas que expõem contrastes profundos de desenvolvimento, e está associada a altos indicadores de pobreza, destacando-se na agenda de prioridades nos países em desenvolvimento.(2)
Seu agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, e a forma clínica mais comum é a pulmonar. A via de transmissão mais freqüente é o contato pessoa a pessoa, a partir de uma fonte de infecção com lesões pulmonares.(3)
Segundo estimativas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a TB é responsável por 2,7 milhões de mortes anuais, 95% das quais em países em desenvolvimento. Projeções feitas em 1995 indicam que, até o ano de 2005, ocorrerão 11,9 milhões de casos novos da doença anualmente. O Brasil ocupa o 16º lugar entre os países responsáveis por 80% do total de casos de TB no mundo,(4,5) apresenta o maior número de casos da América Latina,(6) e está entre os 22 países considerados prioritários pela OMS,(7) com uma taxa de incidência de 60 por 100.000 habitantes e 7,8 de mortalidade.(5)
O Estado de São Paulo notifica anualmente cerca de 21.000 casos, sendo, em números absolutos, o maior contingente de casos do Brasil. Em 2005, a incidência de TB no Estado de São Paulo foi de 43,9 casos por 100.000 habitantes; não foi a maior do Brasil, mas situa-se próxima à média nacional que, em 2004, foi de 44,1 por 100.000 habitantes. Dos 645 municípios que compõem o Estado de São Paulo, dez concentram 53% dos casos novos.(8)
A Região Metropolitana da Baixada Santista, localizada no litoral paulista do Estado de São Paulo, é a terceira região mais populosa do estado, com cerca de 1.500.000 de pessoas distribuídas em nove municípios, na qual situam-se 8 dos 73 municípios prioritários para o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT). Em 2002, 2003 e 2004, a incidência de TB na Baixada Santista foi de 95,2, 99,2 e 94,9/100.000 habitantes, respectivamente.(8,9) Frente ao atual quadro epidemiológico desta enfermidade, o diagnóstico rápido das micobacterioses é um desafio constante do PNCT.
Em conseqüência do glicolipídeo dimicolato de trealose, presente na parede da célula bacteriana, e em condições apropriadas, nota-se, nas cepas virulentas do bacilo da TB, o crescimento do complexo M. tuberculosis em cordas serpentiformes microscópicas, denominadas de fator corda, ou crescimento em cordas, nas quais os bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) estão dispostos em cadeias paralelas.(10) Estudos têm avaliado a utilização do fator corda em meio líquido como um resultado presuntivo confiável para a identificação rápida e precoce do complexo M. tuberculosis, em laboratórios que utilizam a metodologia automatizada no isolamento das micobactérias.(11)
O método tem sido utilizado, ainda, como triagem, na identificação presuntiva do complexo M. tuberculosis, juntamente com a avaliação da morfologia colonial em meio sólido, possibilitando um direcionamento prático e de baixo custo aos testes adicionais de identificação ou sensibilidade que serão necessários.(11,12)
Diante dessa realidade, e na qualidade de Laboratório Regional, realizamos este estudo com o objetivo de avaliar a presença do fator corda como identificação presuntiva do complexo M. tuberculosis, utilizando cepas de micobactérias isoladas em meio líquido MB/BacT e sólido, Lowenstein-Jensen ou Ogawa-Kudoh. Pretende-se demonstrar que este método rápido, fácil, sensível e de baixo custo, pode ser realizado com segurança em nosso Laboratório e nos laboratórios locais da região que utilizam o isolamento de micobactérias em meio sólido.

Métodos
Este estudo foi realizado a partir da análise do acervo de 743 cepas de micobactérias (2002-2005) sendo 301 (40,5%) cepas em meio líquido e 442 (59,5%) em meio sólido, isoladas de espécimes clínicos coletados de pacientes sintomáticos respiratórios ou com suspeita clínica de TB pulmonar e/ou micobacterioses, atendidos nas Unidades Básicas de Saúde da Baixada Santista, segundo técnicas recomendadas pelo Ministério da Saúde.(13)
Realizou-se um esfregaço direto de cada cepa, a partir do meio de isolamento, e o mesmo foi corado pelo método de Ziehl-Neelsen, segundo o Manual de Bacteriologia da Tuberculose(13):
• esfregaço de cepa em meio líquido: realizado diretamente em lâmina, a partir do sedimento obtido da centrifugação de 5 mL em meio líquido. • esfregaço de cepa em meio sólido: realizado diretamente em lâmina com água destilada estéril, a partir de uma alçada da cepa isolada.
As lâminas foram analisadas, e a presença de BAAR e formação do fator corda foram anotadas.
A identificação da cepa como pertencente ao complexo M. tuberculosis foi confirmada pela análise dos registros dos resultados dos testes de tipificação convencionais já realizados anteriormente, nos quais a cepa foi submetida ao teste de Gen-Probe (sondas de DNA), análise morfológica de crescimento e demais métodos bioquímicos tradicionais.(14,15)
O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Instituto Adolfo Lutz.

Resultados
A prevalência de espécies de micobactérias pertencentes ao complexo M. tuberculosis no período em estudo (2002-2005) foi de 81%; assim, a identificação presuntiva dessa espécie é importante recurso diagnóstico.
A partir dos resultados obtidos das 743 cepas analisadas foi realizada a verificação da sensibilidade, especificidade, bem como o valor preditivo, positivo e negativo, da presença do fator corda na identificação presuntiva do complexo M. tuberculosis em meio líquido e sólido, frente aos testes de tipificação convencionais. Para tal, dividimos essa análise em três etapas: avaliação do fator corda em meio líquido, em meio sólido e, por último, o desempenho do método frente ao total de cepas analisadas (Tabela 1).
Em meio líquido, o fator corda na identificação presuntiva do complexo M. tuberculosis apresentou a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos de 97,3, 87,6, 96,5 e 90,4%, respectivamente; em meio sólido, demonstrou 100% de sensibilidade, e 89% de especificidade, com valores preditivos positivos e negativos de 98 e 100%, respectivamente.
Nas Figuras 1 e 2, podemos observar a imagem microscópica do M. tuberculosis e M. kansasii em ambos os meios de isolamento.
Na comparação do desempenho do método em ambos os meios de isolamento e na identificação final com testes de tipificação convencionais, os resultados de sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivos e negativos obtidos foram respectivamente 98,5, 88, 97 e 93%.
Das 743 cepas estudadas, 608 (81,8%) foram identificadas como pertencentes ao complexo M. tuberculosis pela presença do fator corda; destas, 591 (97,2%) foram confirmadas pelos testes de tipificação convencionais e 17 (2,8%) foram identificadas como micobactérias não tuberculosas (MNT).
As espécies identificadas a partir dos métodos convencionais, isoladas em meio líquido e sólido, relacionadas quanto à presença ou ausência do fator corda, podem ser verificadas na Tabela 2.

Discussão
Os valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo encontrado em nossa análise estão próximos aos já descritos em literatura.(16) Outros autores,(17) ao examinarem o fator corda como resultado presuntivo do complexo M. tuberculosis isolados em meio líquido, apontam 90% de sensibilidade, número esse próximo ao obtido em nosso estudo.
É possível a observação do fator corda em MNT, pois estas produzem 'pseudocordas', isto é, crescimento em cordas incompleto, onde a interpretação dependerá da experiência técnica (Figura 1). Do total de cepas analisadas, 17 MNT (12%) foram descritas como fator corda positivo, sendo 53% dessas identificadas como M. kansasii. Esses números são considerados elevados quando comparados aos de outros autores;(11,16) porém, ressaltamos que tais estudos não revelam o isolamento de M. kansasii, além de serem em menor proporção (16,9%) que os apresentados por conhecido autor.(12)
Ao analisar o desempenho do método em ambos os meios de isolamento, tivemos apenas 1,5% das cepas do complexo M. tuberculosis identificadas como fator corda negativo, sendo 100% em meio líquido. Tais diferenças mostram-se insignificantes e são menores que as apresentadas por outros autores, de aproximadamente 10%.(12,17)
A sensibilidade do método mostrou-se maior em meio sólido. Encontramos apenas 2,7% de diferença de sensibilidade ao analisar o método em ambos os meios de isolamento, número bastante relevante, uma vez que a maioria dos Laboratórios de Saúde Pública do Brasil utilizam o meio sólido no isolamento de micobactérias, confirmando a viabilidade deste método.
Efetuando-se cálculos estatísticos para determinação dos valores de concordância entre os métodos, observou-se: 96% de concordância bruta, 69% de concordância esperada e 87% de concordância ajustada (kappa).
Com base nos resultados dos valores preditivos positivos e negativos deste estudo, podemos concluir que o crescimento em cordas é um critério real e rápido na identificação do complexo M. tuberculosis isolado em meio líquido e sólido, possibilitando um direcionamento aos testes conclusivos de identificação e adicionais de sensibilidade que se fizerem necessários, em laboratórios com alta prevalência do M. tuberculosis e que não dispõem de técnicas que permitam a precocidade de sua identificação.

Referências
1. Rosemberg J. Tuberculose. Panorama global. Óbices para seu controle. 2nd ed. Fortaleza: Secretaria de Estado da Saúde do Ceará; 1999. [ Links ]
2. Hijjar MA, Oliveira MJPR, Teixeira GM. A tuberculose no Brasil e no mundo. Bol Pneumol Sanit. 2001; 9(2):9-15. [ Links ]
3. Murray CJL, Stylbo K, Rouillon A. Tuberculosis. In: Jamison DT. Disease control proiorities in developing countries. Oxford: Oxford Medical Publication. Oxford University press; 1993. p. 233-59. [ Links ]
4. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. II Consenso Brasileiro de Tuberculose. Diretrizes Brasileiras para Tuberculose 2004. J Bras Pneumol. 2004;30(1):S1-S55. [ Links ]
5. World Health Organization. Global tuberculosis control surveillance, planning, financing: WHO report 2003. Geneva; WHO/TB; 2003. p. 1-316. [ Links ]
6. Santos Filho ET. Política de TB no Brasil: Uma Perspectiva da Sociedade Civil – Tempos de Mudanças para o Controle da Tuberculose no Brasil. Rio de Janeiro: Open Society Institute; 2006. p. 85. [ Links ]
7. Natal S. Emergência da resistência às drogas. Bol Pneumol Sanit. 2002. 10(2):57-70. [ Links ]
8. Tuberculose no Estado de São Paulo: Indicadores de Morbimortalidade e Indicadores de Desempenho. Bol Epidmiol Paulista 2006; 3(Supl 4):S1-S3. [ Links ]
9. Sistema estadual de Análise de Dados – SEADE [homepage on the Internet]. São Paulo: Fundação SEADE [cited 2005 Apr 05]. Available from: http://www.seade.gov.br/ [ Links ]
10. Levinson W, Jawetz E. Microbiologia médica e imunologia. 7th ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 631. [ Links ]
11. Badak FZ, Goksel S, Sertoz R, Guzelant A, Kizirgil A, Bilgic A. Cord formation in MB/BacT medium is a reliable criterion for presumptive identification of Mycobacterium tuberculosis complex in laboratories with high prevalence of M. tuberculosis. J Clin Microbiol. 1999;37(12):4189-91. [ Links ]
12. Monteiro PHT, Martins MC, Ueki SYM, Giampaglia CMS, Telles MAS. Cord formation and colony morphology for the presumptive identification of Mycobacterium tuberculosis complex. Braz J Microbiol. 2003;34(2):171–4. [ Links ]
13. Fundação Nacional de Saúde. Centro de Referência Professor Helio Fraga. Manual de Bacteriologia da Tuberculose. 2nd ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 1994. [ Links ]
14. Collins CH, Grange JM, Yates MD. Tuberculosis bacteriology: organization and practice. 2nd ed. London: Butterworth-Heinemann; 1997. p. 139. [ Links ]
15. Kent PT, Kubica GP. Public health mycobacteriology - a guide for level III laboratory. Atlanta: Centers for Disease Control, US Department of Health and Public Services, 1985. p. 207. [ Links ]
16. McCarter YS, Ratkiewicz IN, Robinson A. Cord formation in BACTEC medium is a reliable, rapid method for presumptive identification of Mycobacterium tuberculosis complex. J Clin Microbiol. 1998; 36(9):2769-71. [ Links ]
17. Yagupsky PV, Kaminski DA, Palmer KM, Nolte FS. Cord formation in BACTEC 7H12 medium for rapid, presumptive identification of Mycobacterium tuberculosis complex. J Clin Microbiol. 1990; 28(6):1451-3. [ Links ]

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132007000600015&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
Descritor Inglês:

Health Manager
Descritor Espanhol:

Gestor de Salud
Descritor Português:

Gestor de Saúde
Sinônimos Português:

Gestores de SaúdeTomadores de Decisão em Saúde
Categoria:

SP1.011.112.128
Definição Português:

Pessoas responsáveis pela formulação, implementação e avaliação de políticas, programas, projetos e serviços de saúde, de acordo com o nível de atuação (federal, estadual ou municipal). Também são conhecidos como os ôtomadores de decisãoö no campo da saúde.
Número do Registro:

50213
Descritor Inglês:

Tuberculosis, Pulmonary
Descritor Espanhol:

Tuberculosis Pulmonar
Descritor Português:

Tuberculose Pulmonar
Sinônimos Português:

Tísica
Categoria:

C01.252.410.040.552.846.899C08.381.922C08.730.939
Definição Português:

A tuberculose dos pulmões.
Nota de Indexação Português:

provavelmente também para tuberculose não especificada, verifique texto; micobacteriose atípica do pulmão = TUBERCULOSE PULMONAR (como primário) + INFECÇÕES ATÍPICAS POR MYCOBACTERIUM (como primário)

quinta-feira, 6 de março de 2008

Descritor Inglês:

Tuberculosis
Descritor Espanhol:

Tuberculosis
Descritor Português:

Tuberculose
Sinônimos Português:

TB
Categoria:

C01.252.410.040.552.846SP4.001.012.148.189
Definição Português:

Qualquer uma das doenças infecciosas em homens e outros animais causadas por espécies de MYCOBACTERIUM.
Nota de Indexação Português:

causada por várias espécies de Mycobacterium; GER: prefira específicos; se não especificado apenas como "tuberculose", provavelmente o descritor correto é TUBERCULOSE PULMONAR, mas verifique cuidadosamente o texto; tuberculide: indexe sob TUBERCULOSE CUTÂNEA; /quimioter: veja também ANTITUBERCULOSOS: Manual da NLM 23.13.2
Relacionados Português:

AntituberculososTeste Tuberculínico

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

TUBERCULOSE

O que é?

Doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em especial nos pulmões. O microorganismo causador da doença é o bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis.

Processo de disseminação da tuberculose

1º passo Apesar de também atingir vários órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver infectado com o bacilo nos pulmões.
2º passo A disseminação acontece pelo ar. O espirro de uma pessoa infectada joga no ar cerca de dois milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de 3,5 mil partículas são liberadas.
3º passo Os bacilos da tuberculose jogados no ar permanacem em suspensão durante horas. Quem respira em um ambiente por onde passou um tuberculoso pode se infectar.

A tuberculose pulmonar
Processo inflamatório

O indivíduo que entra em contato pela primeira vez com o bacilo de Koch não tem, ainda, resistência natural. Mas adquire. Se o organismo não estiver debilitado, consegue matar o microorganismo antes que este se instale como doença. É, também, estabelecida a proteção contra futuras infecções pelo bacilo.

Tuberculose primária

Após um período de 15 dias, os bacilos passam a se multiplicar facilmente nos pulmões, pois ainda não há proteção natural do organismo contra a doença. Se o sistema de defesa não conseguir encurralar o bacilo, instala-se a tuberculose primária, caracterizada por pequenas lesões (nódulos) nos pulmões.

Caverna tuberculosa

Com o tempo e sem o tratamento, o avanço da doença começa a provocar sintomas mais graves. De pequenas lesões, os bacilos cavam as chamadas cavernas tuberculosas, no pulmão, que costumam inflamar com freqüência e sangrar. A tosse, nesse caso, não é seca, mas com pus e sangue. É a chamada hemoptise.
Por que nos pulmões?
Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.

Sintomas

Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias);
Febre;
Suor noturno (que chega a molhar o lençol)
Dor no tórax;
Perda de peso lenta e progressiva;
Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para nada).

Tratamento

A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de vida e capaz de proteger contra as formas mais graves da doença. Se houver a contaminação, o tratamento consiste basicamente na combinação de três medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O tratamento dura em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as medicações corretamente, as chances de cura chegam a 95%. É fundamental não interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008